terça-feira, 20 de setembro de 2016

Atividades semana 1

Meu nome é Paulo Osni Silverio, nasci em 15 de julho de 1975 na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, filho de Oséias Silvério, também oriundo da capital paulista, e de Nirma Moreira Silvério, já falecida, oriunda de Monte Santo de Minas, Minas Gerais.
Embora tenha nascido na capital paulista, morei desde nascido na cidade de Suzano, na Grande São Paulo, um dos municípios que compõe o Alto Tiete Paulista, exatamente a região onde acontece a pesquisa da Dissertação deste programa.
Em 2011, após casar com Suely Alves Cabral, professora de educação básica da Prefeitura Municipal de Suzano, local onde nos conhecemos, mudei para a cidade vizinha Poá, onde resido até o momento.
Em 2012 nasceu nossa filha, Poliana Cabral Silvério, que atualmente está no Maternal em um colégio privado no Município de Suzano.
Rever a trajetória profissional é sempre uma oportunidade interessante. É um momento em que paramos para refletir sobre o caminho que vimos trilhando na direção tanto da nossa realização profissional quanto da nossa contribuição, nesse campo, ao desenvolvimento das instituições e da sociedade das quais fazemos parte.
Antes de relatar a formação acadêmica, é importante refletir sobre o conceito em si de “formação acadêmica”: Embora em um currículo formal constem apenas questões ligadas à escolarização no ambiente formal de aprendizagem, é importante relatar aqui algo muito relevante no que tange à formação docente: o como e onde ela acontece. A exemplo do que coloca TARDIF & RAYMOND (2000):
De fato, as experiências formadoras vividas na família e na escola ocorrem antes mesmo que a pessoa tenha desenvolvido um aparelho cognitivo aprimorado para nomear e qualificar o que ela retém dessas experiências. Além de marcadores afetivos globais conservados sob a forma de preferências ou de repulsões, a pessoa dispõe, antes de mais nada, de referenciais de tempo e de lugares para indexar e fixar essas experiências na memória. Os vestígios da socialização primária e da socialização escolar do professor ficam, portanto, fortemente marcados por referenciais de ordem temporal. Ao evocar qualidades desejáveis ou indesejáveis que quer encarnar ou evitar como professor, ele se lembrará da personalidade marcante de uma professora do quinto ano, de uma injustiça pessoal vivida na pré-escola ou das intermináveis equações impostas pelo professor de química no fim do segundo grau. A temporalidade estruturou, portanto, a memorização de experiências educativas marcantes para a construção do Eu profissional e constitui o meio privilegiado de chegar a isso.
(TARDIF & RAYMOND ,2000 p. 216[1])
Ou seja, a formação não se inicia apenas quando entramos em uma faculdade ou no Magistério para estudar especificamente para uma profissão, a formação inicia-se desde os primeiros contatos com os pais. A formação não é uma especificidade da escola, ela vai se formando ao longo da vida e só termina quando morremos, estamos em uma constante formação e atualização, o conhecimento também é dinâmico. Por isso, tão importante quanto retratar a formação acadêmica, faz-se necessário destacar conjuntamente alguns acontecimentos pessoais que colaboraram nessa formação, pois “uma boa parte do que os professores sabem sobre o ensino, sobre os papéis do professor e sobre como ensinar provém de sua própria história de vida, principalmente de sua socialização enquanto alunos. ” (TARDIF & RAYMOND ,2000 p. 2161).
Não podemos menosprezar a real importância do conhecimento científico e acadêmico, porém não podemos acreditar que seja o único meio de formação e fonte de conhecimento seja esta: o que trazemos de herança cultural desde o convívio familiar até entre os outros meios de interações sociais, é o que nos forma não só enquanto seres humanos, mas também enquanto profissionais.
Por isso a importância de todo o contexto familiar onde vivi, uma família cristã- reformada, pertencente à Igreja Presbiteriana do Brasil há mais de 5 gerações, pai formado em Administração e que atuou em contabilidade e depois no serviço público, mãe dona de casa, com formação secundária e que sempre valorizaram os estudos dos filhos como forma de ascensão social e cultural:
"o mundo social pode ser concebido como um espaço multi-dimensional construído empiricamente pela identificação dos principais fatores de diferenciação que são responsáveis por diferenças observadas num dado universo social ou, em outras palavras, pela descoberta dos poderes ou formas de capital que podem vir a atuar, como azes num jogo de cartas neste universo específico que é a luta (ou competição) pela apropriação de bens escassos ...os poderes sociais fundamentais são: em primeiro lugar o capital econômico, em suas diversas formas; em segundo lugar o capital cultural, ou melhor, o capital informacional também em suas diversas formas; em terceiro lugar, duas formas de capital que estão altamente correlacionadas: o capital social, que consiste de recursos baseados em contatos e  participação em grupos e  o  capital simbólico que é a forma que os diferentes tipos de capital toma uma vez percebidos e reconhecidos como legítimos."(BOURDIEU,P.1987.p.4[2])
 Sou o mais novo de três irmãos sendo o mais velho Bacharel em Direito e que atua no Ministério Público Federal, e o segundo irmão que tem o Ensino Médio e atua no ramo do comércio, ou seja, em relação ao que meus pais propuseram, houve uma ascensão.
A principal atuação como docente foi na área de educação especial e inclusiva, talvez por ter sido a primeira área onde atuei de forma definitiva. Em 1996 quando assumi minha primeira classe como professor efetivo foi em uma Oficina de Apoio, uma versão de sala de recursos onde os alunos que tinham dificuldade na sala regular, eram encaminhados para, no contraturno, receberem apoio nessa escola especial. Essa escola era dividida em Oficinas de Apoio e Módulos, que eram as salas exclusivas para alunos com deficiência, a época usava os termos de deficiência leve, moderada, educáveis e treináveis. Atuei junto ás oficinas e módulos. Em 1999, ainda pela prefeitura, atuei na APAE de Suzano, inicialmente em uma oficina “semi-profissionalizante” onde os alunos confeccionavam materiais com sobras de couro, e no ano seguinte com uma sala de alfabetização- o resultado mais gratificante foi que ao final do ano, vários alunos dessa sala foram encaminhados para a rede regular.
Ainda na educação especial, em 2003 na prefeitura de Mogi das Cruzes atuei na escola especial do município- era uma cultura e estrutura bem diferente das demais, onde alunos frequentavam aquele lugar há mais de 20 anos e também atuei durante todo o período que passei ali, junto à alfabetização, uma vez que era o único professor de ensino fundamental da escola. Fiquei 4 anos nessa escola.
Em 2007 retornei em Suzano à mesma escola onde havia iniciado minha carreira, agora em uma estrutura completamente diferente, porém ao final do ano a prefeitura optou por encerrar as atividades dessa escola. Esta foi a última vez que trabalhei em uma escola especial, depois as experiências foram com a educação inclusiva.