segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Acessibilidade e Inclusão

Acessibilidade e Inclusão

 Paulo Osni Silvério
Pedagogo- IFSP Suzano
Professor do curso de Pedagogia - Anhanguera Educacional

20/11/2016

Segundo a  Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000 ,que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências, a definição de acessibilidade  no artigo 2o é:
possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2014)
São retratados seis tipos de acessibilidade, mas na presente reflexão, vamos tratar em específica da acessibilidade atitudinal que "Está relacionada ao convívio das pessoas em sociedade. Esse tipo de acessibilidade possibilita a relação social e interpessoal de todos os tipos de pessoas, sem distinção ou preconceito (BRASIL, 2014)".
Conforme vimos no manual de acessibilidade para as escolas, a escola como ambiente educativo inclusivo requer condições que garantam o acesso e a participação autônoma de todos os alunos às suas dependências e atividades de formação.Assegurar essas condições é um dos motes dos educadores e demais profissionais que atuam nessas escolas. Muitos têm contribuído com seus conhecimentos específicos para que os espaços escolares acolham as diferenças, sem restrições e limitações, discriminações, exclusão. Projetos e iniciativas, que visam solucionar problemas de acessibilidade nas escolas, estão despontando nas nossas redes de ensino básico e superior, o que demonstra o interesse da Arquitetura e Urbanismo, das Engenharias, e da Informática pela inclusão. A inclusão escolar não afeta, de fato, apenas as questões pedagógicas. Um ensino de qualidade, que dá conta das diferenças dos alunos, tem, por detrás de sua organização, uma infraestrutura física e operacional compatível com a capacidade de as diferenças diferirem infinitamente. 
 Vimos ainda que a inclusão escolar é um movimento mundial que condena toda forma de segregação e exclusão pois ela implica em uma profunda transformação nas escolas, uma vez que envolve o rompimento de atitudes de discriminação e preconceito, de práticas de ensino que não levam em consideração as diferenças, e de barreiras de acesso, permanência e participação dos alunos com deficiência nos ambientes escolares. 
Na escola inclusiva, todos devem sentir-se bem-vindos, acolhidos e atendidos em suas necessidades específicas.A constituição brasileira assegura, desde 1988, o direito à educação para todos, sem nenhum tipo de discriminação. A escola cumpre papel fundamental para a escolarização de todos os alunos e deve atender as demandas dos alunos com deficiência que encontram barreiras de acesso para sua participação no ensino comum. Nesse sentido, surge a necessidade de adequação dos espaços escolares com base nas normas e legislação vigentes, de forma a garantir a autonomia e a independência desses alunos no seu cotidiano escolar.
A partir dessas reflexões, remontamos ao caso específico do IFSP, conforme vimos em lições anteriores, o número do matrículas de alunos com alguma deficiência na Educação Básica vem crescendo de forma significativa  a cada ano, segundo dados do INEP. Com base nesses dados podemos observar que desde o ano de 2007 até o ano de 2013 caiu mais de 50% o número de alunos matriculados no Ensino Médio em salas especiais, porém o aumento de matrículas nas salas regulares bem próximo de 200%. Comparado com as demais etapas é possível notar que somente a EJA teve crescimento de matrículas superior ao Ensino Médio, na etapa da Educação Básica.
Já no IFSP , observamos o seguinte quadro:
Figura 1: número de alunos que declararam algum tipo de deficiência, transtorno global do desenvolvimento ou alta habilidade/superdotação.

Com base nesses dados podemos perceber que a inclusão do aluno com deficiência não tem sido uma realidade proporcional com os dados gerais na educação nacional, e mesmo quando eles chegam na escola, há muita dificuldade em recebê-lo.  Além das adaptações curriculares, podemos descrever várias outras dificuldades que o aluno pode enfrentar ao chegar no IFSP: falta de equipe de apoio como Intérprete de Libras, instrutor de BRAILE, AEE... Dificuldade arquitetonicas como acessibilidade aos diversos Campus: transporte acessível, piso tátil, rampas de acesso, portas largas, etc. Materiais didáticos acessíveis como computadores com softwares, livors em BRAILE, mapa tátil, etc.
No caso que retratamos da foto abaixo, temos um Campus onde os corredores externos tem piso tátil, mas para acessar os ambientes já não há nenhuma estrutura para as pessoas com deficiência visual ou cegos.
Essa é a nossa reflexão: as pessoas com deficiência estão chegando bem aos poucos no IFSP, mas vale refletir: os que chegam, estão encontrando estrutura para permanecer e concluir? Que este curso seja um caminho para tornarmos o IFSP mais inclusivo e acessível em TODOS os aspectos e que comece pela formação da equipe.

#PraCegoVer: Imagem da entrada da biblioteca do Campus Suzano, onde a pessoa com Deficiência Visual está impossibilitada de entrar, mesmo tendo livros em BRAILE: o piso tátil vai só até a porta do corredor de acesso, se o aluno precisar entrar, terá que ter outro tipo de apoio, pois não há acessibilidade arquitetônica e nem comunicacional para que possa entrar na Biblioteca, além dos vário obstáculos no corredor, conforme podemos observar na imagem.

Neste módulo, você estudou as concepções sobre deficiência que estão presentes no Modelo Médico e no Modelo Social.
São concepções diferentes que refletem a maneira como as instituições e as pessoas compreendem as deficiências, em síntese, na concepção médica, a visão é de que a  deficiência está nos sujeitos, na concepção social, a deficiência é uma construção coletiva entre indivíduos (com e sem deficiência) e sociedade.
Considerando estas concepções, observe a imagem do site da Prefeitura de São Paulo abaixo :
foto de uma das salas da Pinacoteca de São Paulo com vários quadros e logo abaixo um texto de divulgação sobre os recursos de acessibilidade disponíveis para todas as necessidades
Fonte: http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/noticias/3857-sao-paulo-uma-cidade-acessivel-para-todos

A partir da sua observação, reflita e escreva sobre como o discurso presente nesta imagem pode refletir uma das concepções sobre as deficiências.
Argumente sua escolha  indicando referências e leituras estudadas nos Livros I e II ou em outros materiais.


Esta imagem reflete de maneira clara e direta a concepção  do modelo social de deficiência pelos seguintes motivos: Primeiro, coloca a questão da cultura, que dentro do contexto tradicional, não seria uma prioridade para a pessoa com deficiência. Logo, só o fato de se pensar em ofertar cultura para pessoas com deficiência, já se constata que a visão é o modelo social: não é pelo fato de possuir deficiência que não pode ter acesso a cultura:

Com a percepção de que a deficiência é sempre uma construção coletiva entre indivíduos e sociedade, ficou mais fácil entender que a reabilitação e os demais tratamentos médicos não devem prevalecer sobre outras medidas para garantir às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos humanos e constitucionais. No caso do Brasil, direitos como o da educação e o da participação nos processos decisórios das respectivas comunidades.http://libras.dominiotemporario.com/fsh/modelomedicomodelosocial.pdf( WERNWCK.2004)

Na visão médica a pessoa com deficiência é vista como dependente e sem autonomia, já na  visão social o reforço na deficiência é visto como algo construído culturalmente: por exemplo: nesta imagem esta reforçado a questão da acessibilidade: num ambiente sem as barreiras arquitetônicas os benefícios não são apenas para as pessoas com deficiência física:TODOS SÃO beneficiados.

Em segundo lugar, o motivo desta imagem ser classificada como modelo social, como mencionado no parágrafo acima, é a acessibilidade, e a forma como esta disposta: na visão médica pode até se colocar a questão da acessibilidade, mas a forma é mais pontual: uma longa escada e uma rampa para uso exclusivo para cadeirantes... Os quadros e obras de arte estariam dispostos de forma convencional, mas em um dia exclusivo do ano seria aberto para pessoas com deficiência... e assim por diante, não pensando na sociedade como um todo, apenas reforçando a idéia de que a pessoa com deficiência deve viver em um mundo a parte:

O que a caracteriza são as dificuldades que as pessoas com alguma alteração física ou mental encontram em se relacionar ou se integrar na sociedade (20). A deficiência não deve ser entendida como sinônimo de doença, pois é fenômeno social que surge com maior ou menor incidência a partir das condições de vida de uma sociedade, de sua forma de organização, da atuação do Estado, do respeito aos direitos humanos e dos bens e serviços disponíveis para a população http://www.scielo.br/pdf/rlae/v18n4/pt_22.pdf
Por ultimo, o termo usado: "Pessoas com deficiência" já demonstra a visão social sobre o tema, pois olha primeiramente enquanto indivíduo e não focaliza a deficiência como o fator principal.

Enfim, quando o poder publico pensa em um espaço inclusivo onde proporciona cultura e arte (museu), se pensa nas múltiplas linguagens (BRAILE, LIBRAS, Audição, visão, sons, auto descrição...) além de lazer como hotéis, transportes adaptáveis e toda forma que contribui para expandir o bem estar, não tem como remeter à concepção médica: é totalmente social, pois pensasse nas pessoas, nos indivíduos e não nas deficiências como se fosse doenças e precisassem ser curadas.

Argentina tem primeira professora de

pré-escola com síndrome de Down
Diego Lima/AFP
A professora Noelia lê uma história a seus alunos da pré-escola Jeromito, em
Córdoba, na Argentina
PAULA BUSTAMANTE
DA AFP
26/10/2016 07h00
Com os olhos arregalados, as crianças ouvem a história contada por Noelia Garella.
Nenhum deles sabe que têm diante de si a primeira professora de pré-escola com
síndrome de Down na Argentina, e uma das poucas no mundo.
Crianças de dois e três anos cercam "Noe", como Noelia é chamada na pré-escola
Jermonito, e a obedecem quando ela pede que se sentem para ouvir uma história.
Minutos depois, todos a imitam quando ela abre a boca como "um tubarão".
"Adoro isto. Desde pequena sempre sonhei em ser professoraporque eu gosto de
crianças", contou à AFP Noelia, que em 2007 se formou professora pré-escolar na
cidade de Córdoba e em 2012 começou a exercer a profissão,responsável pelo
programa de estímulo precoce à leitura na escola Capullitos.
"Rapidamente nós percebemos que ela tinha muita vocação eque dava o que as
crianças do maternal mais apreciam, que é o amor", lembra Alejandra Senestrari,
ex-diretora de Capullitos.
Noelia ainda se lembra dos episódios de discriminação que sofreu quando era criança,
mas hoje, com 31 anos de idade e quatro de docência em Córdoba, conta com orgulho a
sua experiência de inclusão.
"Com as crianças sempre me sinto bem, seus pais me adoram e as outras professoras e
as diretoras que tive são maravilhosas", afirma.
Desde janeiro, junto com outra professora, está encarregada da turma de primeiro ano
no Jardim Maternal Jeromito.
"Neste ano tenho uma criança com síndrome de Down" na turma, diz entusiasmada ao
lado da sua mãe, Mercedes Cabrera, funcionária pública aposentada. "Ah, como é bonito
quando nasce alguém como eu."

'MONSTRO FELIZ'

Com um grande sorriso, Noelia conta um episódio de quando era criança, que sua mãe
recorda com os olhos cheios d'água: o dia em que a diretora de um jardim de infância
disse aos seus pais que ali não estudavam "monstros".
"Essa professora, para mim, é como a história que eu leiopara as crianças: um monstro
triste, que não entende nada e se equivoca, enquanto eu, por outro lado, sou um
monstro feliz", afirma.
Delfor Garella, o pai de Noelia, lembra de outro episódio de discriminação. "Quando
nasceu a Noe, nossa primeira filha, o médico me disse: 'Tenho que lhe dar uma má
notícia'. Eu imediatamente perguntei se o bebê tinha morrido, e ele me respondeu: 'não
senhor, mas é Down'", conta este engenheiro civil também aposentado.
Fora do trabalho, Noelia adora dançar, "principalmente bachata e reguetón". Segundo
sua família, ela é a mais sociável do clã.
"A Noe é a que mais sai, sempre tem um plano com amigos", conta sua irmã.

AUTOESTIMA, O ANTÍDOTO

Duas das características mais evidentes de Noelia são a autoestima e o otimismo, à
prova de qualquer preconceito.
Foi assim que ela conquistou a empatia dos seus colegas.
"De maneira nenhuma foram empecilhos", explica Senestrari, hoje supervisora de
professoras da pré-escola municipal em Córdoba. O que houve foi uma consideração
docente "a partir de um lugar de responsabilidade" de que alguém com síndrome de
Down não podia estar a cargo de alunos.
Mas essas dúvidas alimentaram um debate que terminou com uma reflexão da
comunidade de pais, professores e inclusive do prefeito, que concluíram que o trabalho
de Noelia podia ser dignificante.
Assim, lhe foi dada a oportunidade de exercer como professora de matérias especiais,
como as oficinas de leitura precoce.
"Com o tempo, essas pessoas (que eram resistentes) concordaramcom a iniciativa de
adicionar a Noe como docente", disse Senestrari.
Susana Zerdan, diretora de Jermonito, afirma que "temsido uma experiência única na
equipe. A integração e a naturalidade com que as crianças a recebem já é para nós uma
lição de vida".
"Nos disseram que ia haver uma professora com síndrome de Down e que não nos
assustássemos, mas para mim pareceu normal, e a ideia de que possa compartilhar com
as crianças me pareceu muito boa", disse Ariel Artino, paide um dos alunos.
"O que eu quero é que leiam, que escutem, porque na sociedade é preciso escutar",
ressalta Noelia, que no âmbito pessoal sonha em formar una família, conta, sem
conseguir conter sua alegria porque está "conhecendo alguém" que lhe deixa com
borboletas no estômago.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Atividades semana 1

Meu nome é Paulo Osni Silverio, nasci em 15 de julho de 1975 na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, filho de Oséias Silvério, também oriundo da capital paulista, e de Nirma Moreira Silvério, já falecida, oriunda de Monte Santo de Minas, Minas Gerais.
Embora tenha nascido na capital paulista, morei desde nascido na cidade de Suzano, na Grande São Paulo, um dos municípios que compõe o Alto Tiete Paulista, exatamente a região onde acontece a pesquisa da Dissertação deste programa.
Em 2011, após casar com Suely Alves Cabral, professora de educação básica da Prefeitura Municipal de Suzano, local onde nos conhecemos, mudei para a cidade vizinha Poá, onde resido até o momento.
Em 2012 nasceu nossa filha, Poliana Cabral Silvério, que atualmente está no Maternal em um colégio privado no Município de Suzano.
Rever a trajetória profissional é sempre uma oportunidade interessante. É um momento em que paramos para refletir sobre o caminho que vimos trilhando na direção tanto da nossa realização profissional quanto da nossa contribuição, nesse campo, ao desenvolvimento das instituições e da sociedade das quais fazemos parte.
Antes de relatar a formação acadêmica, é importante refletir sobre o conceito em si de “formação acadêmica”: Embora em um currículo formal constem apenas questões ligadas à escolarização no ambiente formal de aprendizagem, é importante relatar aqui algo muito relevante no que tange à formação docente: o como e onde ela acontece. A exemplo do que coloca TARDIF & RAYMOND (2000):
De fato, as experiências formadoras vividas na família e na escola ocorrem antes mesmo que a pessoa tenha desenvolvido um aparelho cognitivo aprimorado para nomear e qualificar o que ela retém dessas experiências. Além de marcadores afetivos globais conservados sob a forma de preferências ou de repulsões, a pessoa dispõe, antes de mais nada, de referenciais de tempo e de lugares para indexar e fixar essas experiências na memória. Os vestígios da socialização primária e da socialização escolar do professor ficam, portanto, fortemente marcados por referenciais de ordem temporal. Ao evocar qualidades desejáveis ou indesejáveis que quer encarnar ou evitar como professor, ele se lembrará da personalidade marcante de uma professora do quinto ano, de uma injustiça pessoal vivida na pré-escola ou das intermináveis equações impostas pelo professor de química no fim do segundo grau. A temporalidade estruturou, portanto, a memorização de experiências educativas marcantes para a construção do Eu profissional e constitui o meio privilegiado de chegar a isso.
(TARDIF & RAYMOND ,2000 p. 216[1])
Ou seja, a formação não se inicia apenas quando entramos em uma faculdade ou no Magistério para estudar especificamente para uma profissão, a formação inicia-se desde os primeiros contatos com os pais. A formação não é uma especificidade da escola, ela vai se formando ao longo da vida e só termina quando morremos, estamos em uma constante formação e atualização, o conhecimento também é dinâmico. Por isso, tão importante quanto retratar a formação acadêmica, faz-se necessário destacar conjuntamente alguns acontecimentos pessoais que colaboraram nessa formação, pois “uma boa parte do que os professores sabem sobre o ensino, sobre os papéis do professor e sobre como ensinar provém de sua própria história de vida, principalmente de sua socialização enquanto alunos. ” (TARDIF & RAYMOND ,2000 p. 2161).
Não podemos menosprezar a real importância do conhecimento científico e acadêmico, porém não podemos acreditar que seja o único meio de formação e fonte de conhecimento seja esta: o que trazemos de herança cultural desde o convívio familiar até entre os outros meios de interações sociais, é o que nos forma não só enquanto seres humanos, mas também enquanto profissionais.
Por isso a importância de todo o contexto familiar onde vivi, uma família cristã- reformada, pertencente à Igreja Presbiteriana do Brasil há mais de 5 gerações, pai formado em Administração e que atuou em contabilidade e depois no serviço público, mãe dona de casa, com formação secundária e que sempre valorizaram os estudos dos filhos como forma de ascensão social e cultural:
"o mundo social pode ser concebido como um espaço multi-dimensional construído empiricamente pela identificação dos principais fatores de diferenciação que são responsáveis por diferenças observadas num dado universo social ou, em outras palavras, pela descoberta dos poderes ou formas de capital que podem vir a atuar, como azes num jogo de cartas neste universo específico que é a luta (ou competição) pela apropriação de bens escassos ...os poderes sociais fundamentais são: em primeiro lugar o capital econômico, em suas diversas formas; em segundo lugar o capital cultural, ou melhor, o capital informacional também em suas diversas formas; em terceiro lugar, duas formas de capital que estão altamente correlacionadas: o capital social, que consiste de recursos baseados em contatos e  participação em grupos e  o  capital simbólico que é a forma que os diferentes tipos de capital toma uma vez percebidos e reconhecidos como legítimos."(BOURDIEU,P.1987.p.4[2])
 Sou o mais novo de três irmãos sendo o mais velho Bacharel em Direito e que atua no Ministério Público Federal, e o segundo irmão que tem o Ensino Médio e atua no ramo do comércio, ou seja, em relação ao que meus pais propuseram, houve uma ascensão.
A principal atuação como docente foi na área de educação especial e inclusiva, talvez por ter sido a primeira área onde atuei de forma definitiva. Em 1996 quando assumi minha primeira classe como professor efetivo foi em uma Oficina de Apoio, uma versão de sala de recursos onde os alunos que tinham dificuldade na sala regular, eram encaminhados para, no contraturno, receberem apoio nessa escola especial. Essa escola era dividida em Oficinas de Apoio e Módulos, que eram as salas exclusivas para alunos com deficiência, a época usava os termos de deficiência leve, moderada, educáveis e treináveis. Atuei junto ás oficinas e módulos. Em 1999, ainda pela prefeitura, atuei na APAE de Suzano, inicialmente em uma oficina “semi-profissionalizante” onde os alunos confeccionavam materiais com sobras de couro, e no ano seguinte com uma sala de alfabetização- o resultado mais gratificante foi que ao final do ano, vários alunos dessa sala foram encaminhados para a rede regular.
Ainda na educação especial, em 2003 na prefeitura de Mogi das Cruzes atuei na escola especial do município- era uma cultura e estrutura bem diferente das demais, onde alunos frequentavam aquele lugar há mais de 20 anos e também atuei durante todo o período que passei ali, junto à alfabetização, uma vez que era o único professor de ensino fundamental da escola. Fiquei 4 anos nessa escola.
Em 2007 retornei em Suzano à mesma escola onde havia iniciado minha carreira, agora em uma estrutura completamente diferente, porém ao final do ano a prefeitura optou por encerrar as atividades dessa escola. Esta foi a última vez que trabalhei em uma escola especial, depois as experiências foram com a educação inclusiva.